1844 - 2014 170 Anos de Fé.
Da Capelinha da Fazenda à majestosa Matriz!
Nos anais da história
sabemos que a cidade de Sarapuí, antiga parada de tropeiros que seguiam para o
Sul do país, sempre contou com a materna intercessão da Virgem Mãe das Dores,
do pequeno povoado que começou a se formar em torno da capelinha que no ano de
1844 chegou as honras de Paróquia de Nossa Senhora das Dores. Data esta que marca a fundação do município, por isso
creio que não seja devaneio afirmamos que Sarapuí somente foi uma parada tranquila para os tropeiros, mas uma cidade que nasceu sob a sombra da Santa
Cruz regada as lágrimas de amor derramadas pela Virgem Mãe das Dores.
Sarapuí foi sonho de Deus e
sempre contou com a intercessão daquela que soube acolher a Boa Nova da
Salvação.
A lei que regia a criação
das cidades antigas no nosso estado é que para tal existisse na Vila uma igreja
que se tornaria paróquia, com um padre para viver no local. Recordemos que por
muito tempo o trabalho hoje exercido pelos cartórios era feito pela Igreja,
sendo que as paróquias funcionavam como um grande arquivo contendo o nome de
todos os nascidos quando eram batizados, dos casamentos e também dos óbitos. E
os não católicos?
Estes em minoria, por muitos
anos se submetiam aos registros da Igreja que os anotava em seus livros, porem
nunca junto com os registros católicos. Isso era comum nas grandes cidades onde
os protestantes viviam em maior numero, nas cidades menores a maioria da
população era católica.
Quanta falação. E o que isso
tem a ver com Sarapuí? Tudo a ver! A
cidade nasceu dentro deste contexto. E
talvez muitos não tenham se antenado a esta realidade, a Igreja marcou
profundamente a história da cidade.
Muitas são as histórias
contadas sobre a vida da Paróquia Nossa Senhora das Dores. E dizem que “Quem
conta um conto, aumenta um ponto!” Será verdade? Acredito que não. Porque boa
parte das histórias contadas pelo povo se esbarram com a história contada pelo
famoso Livro do Tombo. Este é um outro livro muito importante que narra a
historia da vida de uma paróquia. Suas conquistas, desafios e até mesmo
desabafos dos padres que passam por elas. E esse livro é de poder da Igreja,
são eles que ajudam a contar as histórias do povo, e o de Sarapuí já esta no
terceiro volume. Quanta história!
Por isso quando olhamos para
o passado que parece muito distante percebemos que ele continua muito vivo e
que a historia se repete e acontece a cada instante. Quando paramos em frente a
bela matriz que nossos antepassados ergueram,
sabemos que ela só é possível por que lá no passado uma pequena
capelinha já abrigava uma imagem da Virgem das Dores, e que neste chão um povo
começou a escrever sua história de lutas e sonhos na esperança de viver em paz.
Não existe um povo sem
história, não existe presente sem passado. Relembrar o que aconteceu é uma
necessidade para que a história não fique presa à folha e sirva de alimento às
traças e cupins. Os mais novos precisavam conhecer o passado e aqueles que já
conhecem um pouco desta história e fazem
parte da mesma podem revive-las, sem melancolismos, mas na certeza de que ainda
podem construí-la colaborando neste
exercício santo de perceber que a ação de Deus acontece no chão da historia de
um povo.
Pe. Elias Soares Júnior
Nenhum comentário:
Postar um comentário